Março de 1994 - Revista Quatro Rodas - Número 404

Nesta seção, recuperamos a história e a evolução do Chevrolet Corsa através das reportagens veiculadas na mídia especializada. Aqui, você fica sabendo tudo a respeito do carro no ponto de vista de quem entende do assunto. Podem ser encontradas aqui desde reportagens mais antigas até as mais recentes, com todas as informações que foram registradas durante a existência do Corsa. E, cá para nós, foram muitas as atenções prestadas pela mídia ao nosso querido carro.
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Wilson
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Março de 1994 - Revista Quatro Rodas - Número 404

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ELE CHEGOU!


Dizer que o Corsa Wind 1.0 EFI criou expectativa é pouco. Desde sua apresentação em QUATRO RODAS, na edição de janeiro, tem provocado um verdadeiro
furor. O interesse do consumidor pelo novo carro popular da General Motors se revelou através de telefonemas, cartas e enormes filas em
concessionárias, mesmo antes de seu lançamento. Faltava, porém, constatar se as boas impressões obtidas no primeiro contato com o Corsa se
confirmariam na pista de testes. Foi o que fizemos agora.


Velocidade máxima e aceleração médias, retomada fraca.

O novo GM assume: chegou para encarar a concorrência de frente. A começar pela tecnologia: traz, como equipamento de série, a injeção eletrônica
igual à da linha Ipanema/Kadett (menos a versão esportiva). Single-point digital, controla a alimentação de combustível e a ignição. Contando com
sensor lambda, ela corrige a mistura ar/combustível, melhora o desempenho, diminui o consumo e, de quebra, monitora a quantidade de oxigênio nos gases
de escapamento, reduzindo a emissão de poluentes. Tudo em função do motor de 999 cm³`, desenvolvido pela montadora no Brasil a partir do propulsor
1.2 utilizado na Europa. É praticamente uma versão reduzida do que equipa a linha Kadett, e conserva as mesmas características de funcionamento. A GM
confia tanto na mecânica do novo modelo que marcou a primeira revisão para os 15.000 km!

Desempenho de carro 1000.

Apesar de tanta tecnologia, o desempenho do Corsa mantém-se na média dos concorrentes. Com 50 cv de potência (igual à de Escort Hobby 1000 e Gol
1000, mas 6 cv menor que a do Uno Mille), o popular da GM alcançou 142,2 km/h de velocidade máxima, acelerando de 0 a 100 km/h em 19s34. São números
compatíveis com o segmento e a finalidade do carro, que se destina mais ao uso urbano que a longas viagens.
Em retomada de velocidade, uma decepção: de 40 a 100 km/h, em quinta marcha, ele gastou nada menos que 48s42 – enquanto o Escort Hobby concluiu a
prova em apenas 30s24. Repetindo a medição em quarta marcha, todavia, o tempo caiu para aceitáveis 31s86. A lentidão demonstrada em condições de teste
pôde ser comprovada em estradas, onde as relações finais de transmissão do Corsa revelaram-se prejudiciais para o desempenho. Numa ultrapassagem,
torna-se necessário reduzir as marchas e “cravar” o pé no acelerador, calculando bem o tempo para a manobra.
O motivo para tal deficiência recai sobre o baixo torque do motor (7,7 kgmf a 3.200 rpm) e as longas relações de transmissão. Explicando: o propulsor
tem pouca força para impulsionar os 845 kg do carro em quinta marcha, muito longa para o tamanho do motor. Assim, acaba se tornando necessário reduzir
as marchas para melhorar a retomada e agilizar as ultrapassagens.
Corre-se, também, um risco potencialmente sério nessas situações. O propulsor sobre corte na injeção de gasolina aos 6.500 rpm – na prática, engasga.
Só que não há meio de saber que os giros estão atingindo a faixa crítica: extremamente silencioso, o motor vibra tão pouco que nem se percebe as altas
rotações, e muito menos o grande perigo de ficar sem resposta ao pedal do acelerador no meio de uma manobra mais arriscada, como uma ultrapassagem.
Para resolver este problema, a GM podia equipar o popular com um conta-giros ou mesmo acrescentar, no velocímetro, uma marcação que indique o limite
de velocidade para cada uma das marchas.

Estabilidade e economia, seus grandes trunfos.

Se o desempenho do carro se mostrou razoável, seu consumo de combustível merece destaque. A marca mais expressiva foi obtida a constantes 80 km/h, em
quinta marcha: 20,0 km/l de gasolina. Para comparar, o Escort Hobby 1000, um dos populares mais econômicos, ficou em 16,82 km/l na mesma prova –
diferença de quase 19% a favor do Chevrolet.
Já a 100 km/h, levando apenas o condutor, ele gastou 14,48 km/l. Essa queda é normal nos modelos de 1000 cm³, devido à carga que se faz necessária no
acelerador para mantê-los em velocidades elevadas. Com quatro pessoas e suas bagagens, o consumo do Corsa piorou para 13,95 km/l. Na cidade, em
contrapartida, o carrinho se revelou muito econômico: atingiu 13,18 km/l – primeira posição no ranking de QUATRO RODAS nesse quesito.
A grande qualidade deste Corsa, todavia, fica por conta de sua estabilidade. Mesmo equipado com os pneus mais finos em produção no Brasil (com 145 mm
de largura), ele obteve 0,88g na prova de aderência lateral – notável, quando lembramos que o Gol GTI, dotado de pneus bem mais largos (185/14) e
calibragem esportiva de suspensão, atingiu exatamente a mesma marca.
Uma prova suplementar eliminou qualquer dúvida. No dia em que avaliamos o Corsa, também se realizava, na pista de Limeira (SP), o teste de
amortecedores (veja reportagem nesta edição). Aproveitamos para submete-lo à prova de slalom. Enquanto o Gol GL 1.8 usado no percurso atingiu 13s48,
ajudado pelo motor de quase 90 cv, o GM cravou 13s30!
A superioridade do pequeno carro pode ser atribuída ao acerto de suspensão efetuado pela GM, ao baixo peso (845 kg) e à modernidade da carroceria,
que torce menos devido à sua construção.
A suspensão é semelhante à de Kadett e Monza: McPherson independente na dianteira e eixo de torção na traseira semi-independente. Aliada à grande
distância entre-eixos, permite que o Corsa faça curvas como carro grande, sem comprometer o conforto, mesmo em pisos acidentados.
Na hora de frear, não houve nenhum sobressalto. Vindo a 80 km/h, o Chevrolet necessitou de 30,7 m para atingir a parada total, sem travar as rodas.
Com as rodas bloqueadas, o espaço de frenagem aumentou para 33,4 m – culpa, sem dúvida, de seus pneus estreitos.
A segurança, aliás, mereceu atenção especial. Ótima visibilidade (o vidro dianteiro mede 0,93m², contra 0,86m² do Uno), espelhos retrovisores que
praticamente eliminam os pontos cegos – o externo direito é de série – e cintos de segurança de três pontos com regulagem de altura constituem
diferenciais do novo GM.

Conforto na medida.

O Corsa acomoda bem quatro pessoas (ou cinco, se uma for criança), mas é preciso atentar para que a posição dos bancos dianteiros não prejudique o
espaço para as pernas de quem viaja atrás. O nível de ruído – média de 68,5 decibéis, 1,6% menor que a do Uno Mille – não incomoda, e se deve à
carroceria, não ao motor.
Para o condutor, além da confortável posição de dirigir, o carro oferece painel bem visível, composto de velocímetro e marcadores de temperatura e
nível de combustível. Comandos como o de limpador de pára-brisas e das luzes são comodamente manejados, assim como o volante revestido com espuma. E
os engates de marchas são macios, com quinta marcha de série e anel para marcha-à-ré igual ao do Kadett.
O design atual (que lhe dá um coeficiente aerodinâmico de 0,35, contra 0,45 do Gol) e bons itens de conforto – como ventilação forçada de quatro
velocidades, porta-trecos nas portas e descansa-copos no porta-luvas – completam o lançamento da GM. E este será o maior teste para o Corsa. Com preço
em torno dos 7.400 dólares e muitos atrativos, ele vem para agitar o segmento mais concorrido de nosso mercado. E não deve fazer feio.

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A frente do carro é muito semelhante à dos demais modelos da General Motors

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O painel tem instrumentos bem visíveis

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O popular investe em tecnologia: desenvolvido no Brasil, o motor de 999 cm cúbicos é alimentado por injeção eletrônica single-point digital

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Ficha Técnica

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Os espelhos retrovisores, auxiliados pelos grandes vidros do carro, praticamente eliminam os pontos cegos

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A traseira e as lanternas do Corsa resumem suas linhas modernas: tudo arredondado

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Raio X

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