
Corsa Wind 1.0 EFI
Revolução Popular
Andamos na grande surpresa que a General Motors vai lançar na faixa dos 7000 dólares
A novidade que a General Motors prepara para marco vai agitar o segmento dos automóveis mais baratos do país. Afinal, o Chevrolet Corsa Wind 1.0 EFI
chega ao nosso mercado para enfrentar Uno Mille Eletronic, Gol 1000 e Escort Hobby 1000 – sem contar o relançado Fusca 1.6. E, pelo que apurou QUATRO
RODAS, a briga será das melhores.
O corsa que vem para ocupar a vaga do extinto Chevette, dá continuidade ao programa de renovação da GM, iniciado com Omega e Vectra. A idéia da
montadora era trazer o carro somente em 95, mas o acordo que reduziu alíquotas de IPI e criou a faixa dos populares antecipou seus planos. O novo
Chevrolet com motor de 1 litro possui injeção eletrônica single-point, pioneira no segmento, design arrojado e muito conforto. A melhor noticia,
porem, fica por conta do preço: 7400 dólares.
A economia de combustível promete ser o seu ponto mais forte
As armas do Corsa para enfrentar os concorrentes não se resumem a aparência e as previsões de produção. Em economia de combustível, segundo dados da
fabrica, ele promete: 13,9 km/l de gasolina na cidade e 18,7 km/l na estrada! A GM assegura que o carro atinge 145 km/h de velocidade máxima, gastando
cerca de 20 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h.
No primeiro contato, QUATRO RODAS só pôde experimentar o Corsa em um “impressões ao dirigir”, sem uso de equipamentos para aferição dos números de
teste. Mesmo assim, algumas características se destacaram: frenagens firmes e eficazes, bons níveis de conforto e, principalmente, ótima estabilidade.
Embora a suspensão não tenha barras estabilizadoras, o automóvel impressiona pela segurança e pela facilidade de condução.
Ao acelerá-lo, percebe-se o esforço do motor. Esta Família 1, derivado do propulsor 1.2 da Opel (com projeto e execução brasileiro), tem 999cm³ e 50
cv de potência a 5800rpm. Espera-se algo mais dele, devido à injeção eletrônica singlepoint. Mas a receita empregada pela GM privilegiou a
elasticidade em detrimento da performance em altas rotações. Tanto que se obtém o regime de torque Maximo 3200 rpm
Além disso, o carro possui conversor catalítico, o que prejudica o desempenho. O equipamento equilibra a equação consumo versus emissão de poluentes:
sem ele, a injeção teria de trabalhar com uma mistura de ar combustível muito rica, aumentando o gasto de gasolina. O catalisador melhora o consumo e
enquadra o carro nas normas do Programa Nacional de Controle de Emissões Veiculares (PRONCOVE), mas diminui sua potência.
Para extrair a energia gerada pelos 50 cv do motor, o cambio do Corsa dispõe de escalonamento correto, sem “buracos” entre as marchas. As razoes
longas de transmissão são compensadas pelo diferencial curto (4,43:1), estabelecendo uma relação final adequada tanto ao transito urbano quanto as
rodovias. E sempre com engates fáceis e precisos.
Outra boa qualidade esta no conforto. A suspensão garante maciez em pisos irregulares, assimilando as trepidações sem repassá-las. Os bancos de boa
densidade e formato anatômico, ajudam nessa tarefa. Para aumentar a capacidade do porta-malas – de 240 litros, contra 224 litros do Uno -, há um útil
opcional: rebatimento do banco traseiro em 1/3 e 2/3 e sete regulagens de encosto. Ajustando-o para frente, ganha-se espaço no compartimento de
bagagens. Convém ressaltar, porem, que apenas dois passageiros se acomodam bem atrás.
Para o motorista, o Corsa reserva boas surpresas. Seu volante, revestido em espuma, garante empunhadura firme e cômoda. Auxiliada pelo espelho
retrovisor direito (de série), a visibilidade é excelente. O painel contém o essencial: velocímetro, marcador de combustível e termômetro, alem de
luzes de advertência para freio de estacionamento, carga de bateria, sistema de freio, pressão de óleo, luz alta e setas. Vale lembrar que nos outros
modelos populares não há termômetro.
Design, tecnologia e conforto são atributos que pesam favoravelmente em qualquer carro. Quando se trata de popular, então, mais ainda. Resta saber se
seus números de teste confirmarão a boa impressão. O corsa Wind 1.0 promete.
Corsa no Brasil, E na Europa
Ainda em 1994, a família Corsa vai crescer no Brasil. A GM vai crescer no Brasil. A GM planeja lançar, em julho, a versão 1.4 de acabamento semelhante
ao Kadett GLS. E em dezembro deve chegar o esportivo GSI 1.6 com motor de motor de 16 válvulas. O mais esperado, porem, é o modelo 1.0 dotado de
propulsor a álcool. A Engenharia da montadora esta desenvolvendo uma nova câmara de combustão – necessária para adequação ao álcool - um bico injetor
protegido contra corrosão e uma central eletrônica (injeção e ignição) com mais memória. Isso porque suas funções são mais complicadas que as da
central a gasolina. Por exemplo: instalação de um sensor de detonação devido à taxa de compressão mais alta e execução da partida a frio. Além disso,
a fabrica começa a pensar a possibilidade de incorporar o modulo quatro portas à linha nacional em 1995. Na Europa, a família Corsa é muito maior,
inclui duas carrocerias (duas e quatro portas) seis motorizações – de 45 cv no propulsor 1.2 até 109 cv no 1.6 de 16 válvulas – e seis níveis de
acabamento totalizando 21 versões. Os preços variam de 10800 a 18400 dólares.

Corsa Wind 1.0 EFI

O desenho da carroceria ilustra bem a tendência mundial de construir carros com frente em cunha e traseira hatch. Com isso, ganha-se um perfil aerodinâmico. Outra modernidade do Corsa aparece no acabamento dos paralamas, com molduras de plástico. As rodas de aço estampado e a lateral sem nenhum friso deixam claro a simplicidade de um modelo que custa apenas 7490 dólares.

O conjunto de farol e seta tem formato inédito

Medidas

Bancos confortáveis, volante revestido em espuma e bom espaço interno são marcas registradas do popular da GM. O painel contém instrumentos essenciais e os comandos oferecem fácil acesso

1.0 EFI

Lateral

Duas características notadas apenas em automóveis mais luxuosos, mas presentes no Corsa 1.0: compartimentos para objetos nas laterais das portas e bandejas moldadas para acomodar copos na tampa do porta-luvas

O porta-malas, que acomoda 240 litros, pode ter sua capacidade ampliada. Da esquerda para a direita, três regulagens entre as sete possíveis do banco traseiro rebatível e bipartido. Na primeira foto, a posição normal. Ao centro, parcialmente reclinado. E, finalmente, o encosto totalmente inclinado para a frente

Traseira

O primeiro motor 1.0 com injeção eletrônica de combustível tipo single-point no país deve favorecer a economia de gasolina. Já se sabe, porém, que peca no desempenho: produz apenas 50 cv de potência - igual ao Gol 1000 e ao Escort Hobby, mas inferior ao Mille Eletronic (56 cv)

Ficha Técnica